terça-feira, 13 de setembro de 2011

Destino da Tristeza

Sigo o destino que é me imposto
A fuga é desnecessária
Suícidio é o repúdio de si mesmo
Por mais infeliz que seja
Recorrer ao místico sagrado é sempre preciso

O destino da mentira
É a consequência que causa
A dor na alma
O arrepio do arrependimento
A vontade de mudar o tempo e o espaço.

Esqueço as palavras prontas
Eu nunca acreditei no paraíso
Mas sempre dei fé ao inferno
O inferno sempre existiu
Eu sempre existi nele.

Infeliz tristeza que me acompanha
E sempre irá me guiar
Mesmo estando entre as garras do amor
Ela será a minha fiel escudeira
Oh, destino!
 

Verdade

Não existe mais ninguém
Não tem mais ninguém aqui
Todos estão mortos
Todos estão livres

Estou sofrendo comigo mesma
Estou repudiando eu mesma
Minhas verdades são mentiras
Não existe verdade para ti
Todas as minhas palavras são mentiras

O tempo é sagrado
Não se pode voltar atrás
Ah! Como eu queria!
Mas, para ti
Eu só iria repetir os mesmos erros.

Se segundo o seu julgamento
As minhas palavras são falsas,
Acredite! Os meus sentimentos
São mais verdadeiros do que
As palavras de qualquer poeta!

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Lamentação Rotineira

O cotidiano nunca muda
Sinto a brisa da manhã
E o adeus do sol a tarde.
A meditação nunca muda
A reflexão sobre a minha vida vazia
Me sinto doente e fraca
Sem poder, sem sentindo
Apenas sinto a agonia que me corrói

"Abra o seu coração" - disse-me uma voz
Como abrir aquele que já sofreu
Inúmeras cicatrizes ao longo dos dias?
Tentei me afogar em minhas próprias lágrimas
Mas, nada adiantou. Só me trouxe mais aborrecimento.

Lamentações, lamentações, lamentações
Nada muda, nada se transforma
Sempre, sempre é essa a rotina
Oh! Minha triste rotina!
Por que ainda insisto?
O amor não se explica,
Disse uma vez o poeta...

Quem sou eu para desafiar a voz do poeta?
 

sábado, 10 de setembro de 2011

Pensamento aos Sentimentos

         É tão ruim receber o ódio principalmente de quem ama. Odiar pode ser fácil, mas ser alvo do ódio é algo tão doloroso que nenhum sólido coração pode suportar.
        O repúdio. Ser repudiado por mais quem ama, por mais quem arriscaria tudo. Nada, apenas nada mais.
        As lágrimas são manipuladoras sentimentais, na verdade nem todas, algumas podem ser fiéis ao coração, às cicatrizes, às feridas ainda abertas em carne viva.
       Aquele olhar, aquele rosto, aquela expressão. A direção a um retrato, uma expressão de ódio na face a qual eu gostaria de tocar, de sentir, de nunca poder esquecer.
      No coração, só busco inspiração. Retratar o que sinto e o que resinto. Tento descrever a face, a expressão, mas é impossível. Talvéz não seja difícil, talvéz não sei escolher as palavras certas. Nunca apreciei tanta dedicatória.
      Eu posso ter vindo de uma pobreza de espírito, mas aprendi a amar e a sofrer. Aprendi que o ódio não é algo tão simples assim. Sinto o ódio como uma espada cravada no coração, provocando uma ferida profunda, literalmente colossal. A dor nem se comenta. Não havaria linhas suficientes para explicar essa dor cardíaca sentimental.
      Tentar superar também odiando? Nada adianta. A fraqueza toma o poder, toma o controle que ainda resta. É mais complexo do que se pode imaginar.
      É possível amor sem confiança? Indagaram-me várias vezes com esta pergunta. Tudo vale a pena se a alma não é pequena? Assim diria o poeta. Seria essa a resposta? Poderia ser se eu soubesse pelo menos o tamanho de minha alma.
     A minha alma. Grande ou pequena, que diferença faria? Eu vim realmente de uma pobreza de espírito? Eu andei contra os meus próprios ventos, recebi o merecido, mas não o ódio. Tudo menos o ódio da pessoa amada.
     Sim, eu amo. O que poderei fazer? Esquecer não é fácil assim. Viver não é fácil. Viver é doloroso. Arrisquei e arriscarei tudo. Me entreguei e entregarei à loucura e ao sacríficio amado. Seja feita a minha vontade.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Correnteza

Estou nadando contra a correnteza de meu destino
Provar que nada está errado
Mesmo que nada esteja certo
Não é o caminho
Nunca foi o caminho
Mas, teimo a prosseguir

Estou nadando contra a própria correnteza

Foi apenas uma barreira
Mesmo superada
Ainda levo comigo

Além, muito além da vida
Aguarda um segredo obscuro
Que procuro a entender
Se é para ser ou se não é para ser
Enquanto espero a resposta
Só me resta a me afogar
Nas profundezas do destino

Loucura

       Se entregue a loucura. Alguns seres se entregam à loucura. Mas para qual objetivo? Não há objetivos. Se houvesse objetivos não seria loucura. Há vários tipos de loucuras. Comentemos algumas.
       A loucura do amor, a mais comum. O amor cega, machuca, alegra, entristesse, fornece todos os sentimentos possíveis. São todos sentimentos que acabam provocando a loucura. A loucura do amor mata, machuca e causa sofrimento. Ás vezes. A loucura do amor está ligada a confiança? Quem sabe, ela não pode ser apenas maligna...
       A loucura do medo que apavora que também cega, procura uma fuga dessa loucura sufocante. Sanatórios a parte. Pânico, respiração curta, batimentos fortes, suor frio, o que mais essa loucura pode provocar? E quem disse que somente essa loucura provoca tudo isso? A loucura do amor também provoca? Apenas quem experimenta pode responder.
      Analistas, mestres analistas que procuram entender a loucura alheia. Loucura é doença? Doença mental? Doença que corrói o espiríto?
     Mas, como diz o mestre Millôr Fernandes: "A única diferença entre a loucura e a saúde mental é que a primeira é muito mais comum". Reflitemos.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Arte na escuridão

            Por que se entregar ao medo? O medo está em toda parte. O medo move a vida, a vida é uma fuga do medo. O medo da dor, do sofrimento.
           Medo de ser feliz? Medo de derrubar barreiras? Medo de arriscar? De tentar? Por que esse medo?
           A vida é feita de riscos e rabiscos, de altos e baixos, de alegrias e tristezas, de encontros e desencontros. Só sei que quando o medo grita, apela-se ao esquecido místico de Deus. Por que Deus? O que faz Deus?
          Deus o pai de todos? O nome que clama quando se sente sozinho? Deus deu-lhe uma uma vida, um destino escrito com todas as letras, apenas resta o cumprir.
Aprendiz da felicidade. Todos estão destinados a serem aprendizes da felicidade. Qual felicidade? A felicidade que conta cada um, que cabe a cada nós.
         Felizes sozinhos ou juntos, um dia a felicidade virá, mas o medo ainda continuará. O medo é um perseguidor fiel à alma de cada um, é a essência que move os planos e as mentes.
        O medo da escuridão. O que é a escuridão? Quem é a escuridão? Onde está a escuridão? Seria a escuridão o inferno? Só cabe a Deus a responder. A escuridão vista como a tristeza e a dor. A escuridão que cega e que mata. A impiedosa escuridão que um dia persegue cada alma, cada felicidade alcançada. Assim é a vida. A vida é uma arte, logo a arte pode estar na escuridão.
        E agora, o que resta-me fazer? Intitular o meu conjunto de palavras que acabo de compor. Não intitularei com o medo, pois o medo já está em minha vida como em todas as vidas. O medo já me perseguiu o bastante e já me acostumei com a sua presença. A escuridão já está bem-vinda em minha vida, mas como um dia disse um certo poeta, só restarei aclamar aos que enxergam a arte na escuridão.