terça-feira, 23 de agosto de 2011

Palavras

Necessito em escrever a minha alma
Mas, procuro a luz da inspiração
Aliás, onde está a poesia?
Aonde foi a poesia?
Facilmente as palavras correm sobre o papel
Porém, algumas delas são duras demais
Para serem faladas.
Duras palavras são engolidas, sufocadas.
Garganta ardente.
Todavia, falar pode ser fácil
Mas, viver é o que é difícil
Entraria os conselhos na poesia?
Conselhos?
Ouvir é fácil, mas cumprir nesta longa vida
Pode ser duramente difícil
O que nos resta é descrever a alma
Em um simples pedaço de papel.

domingo, 21 de agosto de 2011

O Ceifador

O ceifador passou em meu jardim
E levou a flor que és minha alma.
O anjo da morte impiedoso
Que apenas cumpre o seu dever
De nos acompanhar para as portas do mistério.


Reverência a sua foice.
A sua lâmina corta a minha fria alma
E leva para um destino incerto.
A lâmina que nunca se enferruja
Apesar das lágrimas que causa.

O ceifador passou em meu campo
Um campo que um dia foi florido
Mas, as flores secaram ao decorrer da peste.
Anjo do bem ou do mal?
Ninguém sabe responder.

Saberá Deus responder?
A morte sabe responder.
O ceifador é o misterioso empregado da morte
Que um dia me responderás
Quando encontrar a minha morte.
Eis o mistério.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Suicídio

O sangue esfria
O sangue queima
O tempo passou
E a minha vida simplesmente acabou.
A corda não arrebentou
Os cortes estavam abertos
O sangue espirrou
O ar se prendeu
Tudo se envenenou
E o sofrimento passou.
Por que eu passei por isso?
Por que eu?
Se é que a vida é boa,
Eu não tive o prazer de descobrir
A vida se tornou inimiga
E a morte amiga.
Por um segundo eu me indaguei
Se a minha existência pertubava a alheia.
Sem respostas, apenas o silêncio
O silêncio me enlouqueceu
O sofrimento me pertuba
A escuridão me engoliu
A depressão me corroeu
E a vida que antes me queria
Agora nem me desejas mais.
A vida me desejava
Agora, desistiu
Mas, ela nem se dava conta
Que eu simplesmente
Nunca existi para aqueles
Que um dia disseram me dar valor.
 

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Mais uma vez

Um sonho
Mais uma vez um sonho se desfez
Mais uma vez cai na face da escuridão
E da ilusão que se perpetua
Cada vez mais que eu conheço o amor

O amor
Mais uma vez me enganou
E só me fez perder novamente
Perder meus sonhos desfeitos
E a minha doce utopia

As lágrimas
Mais uma vez foram derramadas por ti
Mais sofrimento alheio eu causei
Mais dor e deseperança fui responsável
Não há mais nada do que uma tragédia

Não completarei mais palavras
Mas, eu nunca escondi a realidade em meus versos
Minhas palavras não foram engolidas
Apenas foram escritas com dor.
Mas, mais uma vez eu errei
E eu apenas amei...

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

O sonho

Andei tendo sonhos estranhos
Não utilizarei palavras difíceis para descrevê-los
Mas, não dispensarei as antíteses.
Tive sonhos frios e calorosos
Alegres e melancólicos
Ensolarados e chuvosos
Odiados e amorosos
Em geral, o classifiquei como um pesadelo.
Um pesadelo estranho e sombrio.
Enquanto eu flutuava levemente
Demônios arrancavam-se das sombras
A fim de buscar a minha alma.
Pobre alma! O que será dela?
Eu acordei. O sonho acabou.
Não poderei contar o final, pois nem eu saberei contar.
Poderei dizer que ando sonhando sonhos estranhos
Mas, dispensarei os pleonasmos.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Tempos

O que foi arruinado foi passado
Mas o passado vive-se no presente
Fazendo com que o meu futuro seja mais incerto
Como de qualquer um que uma cartomante pode prever.

As alegrias foram vividas,
Mas os sentimentos são ainda machucados
Por outros sentimentos de cuja função
É de sufocar a alegria do meu presente.

O meu presente causa a minha desistência
De continuar para sentir o futuro
Todo futuro é incerto, mas o meu eu creio que seja mais.
Eu tive passado, mas um passado corrido.

Vejo o meu presente como um filme
O qual já assistir diversas vezes,
Mas nunca consegui assistir o seu fim
Me indago então se eu terei fim

Fim eu terei, como uma boa mortal
Quando será? Nem Deus sabe!
Sabe Deus da minha existência?
Aqui estás a frase para a minha lápide:

"Aqui jaz alguém que nunca viveu!"

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Dor

As dores
As dores que sempre bateram em minha porta
E eu inocentemete não pude repudiar
Inocência?
Não! Fraqueza!
A fraqueza que carrego são correntes
Correntes da melancolia
A melancolia que corrego desde a minha gênesis
Que foram abrindo as feridas aos poucos
Até deixarem em carne viva
Gerando a dor maligna dos sentimentos.
Dor, tu não és culpada pelo meu sofrimento
Tu és a consequência da minha vida
Pois um dia quem sabe poderá dizer
Que é a dor a responsável pela a minha existência.
Simplesmente, a dor me mantêm viva.

domingo, 7 de agosto de 2011

Som do silêncio

A madrugada se aproxima
A madrugada me percegue
O frio chega, ninguém o recebe
Apenas o resta correr entre as minhas veias.
O sangue congela, o rosto se queima
Solitário, nenhum ruído
A escuridão, a minha doce amiga
A minha companheira
Que até mesmo de olhos fechados
Ela ainda estará comigo
Me perseguindo
Os sentidos, o que serão os sentidos?
Minha fala é dita, mas não pode ser ouvida
Estou aos ouvidos, mas não escuto
Só me resta guarda-me
Pelo som do silêncio.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Real

Sinto bloqueio em minhas palavras
Garganta sufocante
Rasgando meus pensamentos em pedaços inúteis
Gostaria que soubesse ler pensamentos
Seria menos doloroso para mim

Quero amar apenas pelos pensamentos
Pois, temo de sofrimentos e arrependimentos
Tento acreditar que o amor não é real
Mas quanto mais me indago,
Mais real ele se torna

Mesmo sendo palavras que nunca são ditas
Sendo uma canção que nunca é cantada
Não queria que a minha negritude tomasse conta de mim
Mesmo o amor sendo um mito
Necessito em torná-lo real
Para qual motivo?
Não há motivo.

Simplesmente,
Eu não sei o que dizer
Eu não sei o que fazer
Quando o amor bate em minha porta
As pancadas se tornam em tormentos
Que acabam me forçando a admitir
Que o amor é realmente real!

O Sujeito

              Ele saiu andando sem saber aonde iria. Sua mente estava pertubada, logo a sua visão sobre o mundo tornou-se fria e obscura. O nome do sujeito não era importante, mas a sua importância estava em seu destino que era seguido firmemente.
             O homem parou. Avistou um recém-nascido aos braços de uma jovem mulher,supostamente poderia ser a mãe. Foi apenas uma rápida observação, mas de profunda reflexão. Ele nunca conseguia se lembrar os seus primeiros dias de vida, mesmo sendo normal para qualquer humano tal amnésia, ele não se sentia confortado.
             Sua reflexão foi quebrada e, logo voltou a caminhar.
             Durante o passeio, passou em frente de diversos jardins, mas um deles o chamou mais a atenção, no qual estava um casal de crianças desfrutando da doce e ligeira infância. O menino pendurava-se em uma árvore enquanto a menina com uma boneca em seu colo observava o companheiro em sua escalada que não parecia possuir nenhum propósito.
             O grau de parentesco não o importava, mas só se importava em observar aquela serena cena, a qual parecia ser desligada da vida.
             Novamente voltou a caminhar, mas de repente parou e sentou-se em um banco em frente a um lago, e não conseguia mais refletir sobre o que vira em sua caminhada, por mais que se esforçasse.