quinta-feira, 28 de julho de 2011

O aviso marciano

Certa vez, um marciano me disse
Que minha visão de vida fica trágica ao extremo.
Não foi dito. Foi dito um aviso.
Mas, como poderei atender ao aviso
Se minha realidade é repleta de pessimismo?

Novamente, o pessimismo em minha obra.
Eu não sou uma poetisa fingidora.
Eu sou uma poetisa realista.
Mesmo frequentando peças teatrais,
Não tive a honra de aprender a cobrir a realidade.

Minha atenção se despertou.
Até mesmo um marciano encabulou-se
Pelo meu pessimismo de vida
E mandou-me um aviso, alertando sobre a arte.
Mal sabe ele a minha vida terrena,
Onde o meu otimismo se perdeu pelo espaço da solidão.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Rastros desiludidos

O amor esqueceu-se de mim.
Me iludiu e foi-se embora
Deixando para trás os seus rastros
Os rastros de desilução.

Amei, amo e continuo amando
Dei a minha vida, meu sangue, minha alma
Mas, nada o contentou
E geral uma certa teimosia

Teimosia de correr atrás
Mesmo sabendo que nada adiantará
A teimosia da humilhação própria
Rastejando pelo chão a procura de cura

Cura. Cura para as cicatrizes.
As cicatrizes são os rastros da desilução
Causada pelo amor que um dia se esqueceu de mim
Me iludiu e foi-se embora.

Medo

Medo, o que move as ações é o medo
O medo de perder, o medo de fracassar
O medo do vazio e da escuridão
Mas, o maior medo é se perder de quem ama.

Gostaria de sentir o otimismo
Mas, sou vencida pela realidade.
Não gostaria de ser racional,
Assim como o amor é.

O medo, o medo causa lágrimas
Loucuras, tremores, aflição
Sempre estou acostumada a perder
Porém, gostaria de saber ganhar.

Ganhar? O que eu desejarias ganhar?
Ganhar a confiança e o amor
O meu maior medo é perder o amor
O amor que um dia eu aprendi a sentir.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

A fuga da realidade

Estou aberta à loucura
Ao frio e à escuridão,
E até mesmo à solidão.
Arrisco por qualquer coisa
Só para me afastar da dor
E do sofrimento.

A loucura me distanciará da realidade,
Me cegará, ocultará todos os meus sentidos.
O frio poderá me trazer um objetivo de vida:
Procurar uma chama para me aquecer nos rígidos
Invernos da solidão.
A escuridão também irá o ocupar o meu sentido da visão,
Apenas enxergarei o vazio e o escuro.
A solidão irá me fazer viver apenas com ela e mais ninguém,
Assim nenhum Deus ou ser poderá abrir
As cicatrizes do meu coração gélido.

Egoísta da minha parte?
Nem os suicídas são tão egoístas,
Queremos apenas um alívio do sofrimento
Sofrimento sem razão,
Que nos leva á fuga da realidade.

terça-feira, 19 de julho de 2011

O Adeus

A espera de um sinal de tempo
Tempo, eu confio minhas esperanças em tu
Eu simplesmente perdi a minha vida
Na profunda escuridão das profundezas do amor
Mas, eu esqueci de morrer.
A consciência bate em minha porta
Eu estou triste, amanhã poderei estar mais
Digerir palavras duras demais só para te poupar
Poupar do sofrimento e da ira
Eu sofri por você,
Eu chorei por você,
Eu sangrei por você,
Mas tudo foi em vão.
Não negarei que eu preciso de você
Sinto-me longe do inferno, distante de você
Foi um certo alguém que se foi
Mas, nunca me disse adeus.
Uma última palavra, uma última lágrima
Eu já estarei distante demais.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Destino perdido

Por que eu sempre pago pelos mesmo pecados, meu Deus?
Por que eu sempre erro?
É nestas horas que eu gostaria de ver Deus
Eu acreditei, eu confiei no destino
Mas ele não me respondeu.

Eu não só perdi a batalha,
Mas também perdi a guerra.
Meu destino é perder, fracassar,
errar e para que depois simplesmente morrer?
Eu só queria não acreditar nisto...

Nem um último adeus eu recebi,
Nem mesmo uma última palavra.
Novamente eu irei cair
no abismo do abandono e da solidão.