terça-feira, 13 de setembro de 2011

Destino da Tristeza

Sigo o destino que é me imposto
A fuga é desnecessária
Suícidio é o repúdio de si mesmo
Por mais infeliz que seja
Recorrer ao místico sagrado é sempre preciso

O destino da mentira
É a consequência que causa
A dor na alma
O arrepio do arrependimento
A vontade de mudar o tempo e o espaço.

Esqueço as palavras prontas
Eu nunca acreditei no paraíso
Mas sempre dei fé ao inferno
O inferno sempre existiu
Eu sempre existi nele.

Infeliz tristeza que me acompanha
E sempre irá me guiar
Mesmo estando entre as garras do amor
Ela será a minha fiel escudeira
Oh, destino!
 

Verdade

Não existe mais ninguém
Não tem mais ninguém aqui
Todos estão mortos
Todos estão livres

Estou sofrendo comigo mesma
Estou repudiando eu mesma
Minhas verdades são mentiras
Não existe verdade para ti
Todas as minhas palavras são mentiras

O tempo é sagrado
Não se pode voltar atrás
Ah! Como eu queria!
Mas, para ti
Eu só iria repetir os mesmos erros.

Se segundo o seu julgamento
As minhas palavras são falsas,
Acredite! Os meus sentimentos
São mais verdadeiros do que
As palavras de qualquer poeta!

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Lamentação Rotineira

O cotidiano nunca muda
Sinto a brisa da manhã
E o adeus do sol a tarde.
A meditação nunca muda
A reflexão sobre a minha vida vazia
Me sinto doente e fraca
Sem poder, sem sentindo
Apenas sinto a agonia que me corrói

"Abra o seu coração" - disse-me uma voz
Como abrir aquele que já sofreu
Inúmeras cicatrizes ao longo dos dias?
Tentei me afogar em minhas próprias lágrimas
Mas, nada adiantou. Só me trouxe mais aborrecimento.

Lamentações, lamentações, lamentações
Nada muda, nada se transforma
Sempre, sempre é essa a rotina
Oh! Minha triste rotina!
Por que ainda insisto?
O amor não se explica,
Disse uma vez o poeta...

Quem sou eu para desafiar a voz do poeta?
 

sábado, 10 de setembro de 2011

Pensamento aos Sentimentos

         É tão ruim receber o ódio principalmente de quem ama. Odiar pode ser fácil, mas ser alvo do ódio é algo tão doloroso que nenhum sólido coração pode suportar.
        O repúdio. Ser repudiado por mais quem ama, por mais quem arriscaria tudo. Nada, apenas nada mais.
        As lágrimas são manipuladoras sentimentais, na verdade nem todas, algumas podem ser fiéis ao coração, às cicatrizes, às feridas ainda abertas em carne viva.
       Aquele olhar, aquele rosto, aquela expressão. A direção a um retrato, uma expressão de ódio na face a qual eu gostaria de tocar, de sentir, de nunca poder esquecer.
      No coração, só busco inspiração. Retratar o que sinto e o que resinto. Tento descrever a face, a expressão, mas é impossível. Talvéz não seja difícil, talvéz não sei escolher as palavras certas. Nunca apreciei tanta dedicatória.
      Eu posso ter vindo de uma pobreza de espírito, mas aprendi a amar e a sofrer. Aprendi que o ódio não é algo tão simples assim. Sinto o ódio como uma espada cravada no coração, provocando uma ferida profunda, literalmente colossal. A dor nem se comenta. Não havaria linhas suficientes para explicar essa dor cardíaca sentimental.
      Tentar superar também odiando? Nada adianta. A fraqueza toma o poder, toma o controle que ainda resta. É mais complexo do que se pode imaginar.
      É possível amor sem confiança? Indagaram-me várias vezes com esta pergunta. Tudo vale a pena se a alma não é pequena? Assim diria o poeta. Seria essa a resposta? Poderia ser se eu soubesse pelo menos o tamanho de minha alma.
     A minha alma. Grande ou pequena, que diferença faria? Eu vim realmente de uma pobreza de espírito? Eu andei contra os meus próprios ventos, recebi o merecido, mas não o ódio. Tudo menos o ódio da pessoa amada.
     Sim, eu amo. O que poderei fazer? Esquecer não é fácil assim. Viver não é fácil. Viver é doloroso. Arrisquei e arriscarei tudo. Me entreguei e entregarei à loucura e ao sacríficio amado. Seja feita a minha vontade.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Correnteza

Estou nadando contra a correnteza de meu destino
Provar que nada está errado
Mesmo que nada esteja certo
Não é o caminho
Nunca foi o caminho
Mas, teimo a prosseguir

Estou nadando contra a própria correnteza

Foi apenas uma barreira
Mesmo superada
Ainda levo comigo

Além, muito além da vida
Aguarda um segredo obscuro
Que procuro a entender
Se é para ser ou se não é para ser
Enquanto espero a resposta
Só me resta a me afogar
Nas profundezas do destino

Loucura

       Se entregue a loucura. Alguns seres se entregam à loucura. Mas para qual objetivo? Não há objetivos. Se houvesse objetivos não seria loucura. Há vários tipos de loucuras. Comentemos algumas.
       A loucura do amor, a mais comum. O amor cega, machuca, alegra, entristesse, fornece todos os sentimentos possíveis. São todos sentimentos que acabam provocando a loucura. A loucura do amor mata, machuca e causa sofrimento. Ás vezes. A loucura do amor está ligada a confiança? Quem sabe, ela não pode ser apenas maligna...
       A loucura do medo que apavora que também cega, procura uma fuga dessa loucura sufocante. Sanatórios a parte. Pânico, respiração curta, batimentos fortes, suor frio, o que mais essa loucura pode provocar? E quem disse que somente essa loucura provoca tudo isso? A loucura do amor também provoca? Apenas quem experimenta pode responder.
      Analistas, mestres analistas que procuram entender a loucura alheia. Loucura é doença? Doença mental? Doença que corrói o espiríto?
     Mas, como diz o mestre Millôr Fernandes: "A única diferença entre a loucura e a saúde mental é que a primeira é muito mais comum". Reflitemos.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Arte na escuridão

            Por que se entregar ao medo? O medo está em toda parte. O medo move a vida, a vida é uma fuga do medo. O medo da dor, do sofrimento.
           Medo de ser feliz? Medo de derrubar barreiras? Medo de arriscar? De tentar? Por que esse medo?
           A vida é feita de riscos e rabiscos, de altos e baixos, de alegrias e tristezas, de encontros e desencontros. Só sei que quando o medo grita, apela-se ao esquecido místico de Deus. Por que Deus? O que faz Deus?
          Deus o pai de todos? O nome que clama quando se sente sozinho? Deus deu-lhe uma uma vida, um destino escrito com todas as letras, apenas resta o cumprir.
Aprendiz da felicidade. Todos estão destinados a serem aprendizes da felicidade. Qual felicidade? A felicidade que conta cada um, que cabe a cada nós.
         Felizes sozinhos ou juntos, um dia a felicidade virá, mas o medo ainda continuará. O medo é um perseguidor fiel à alma de cada um, é a essência que move os planos e as mentes.
        O medo da escuridão. O que é a escuridão? Quem é a escuridão? Onde está a escuridão? Seria a escuridão o inferno? Só cabe a Deus a responder. A escuridão vista como a tristeza e a dor. A escuridão que cega e que mata. A impiedosa escuridão que um dia persegue cada alma, cada felicidade alcançada. Assim é a vida. A vida é uma arte, logo a arte pode estar na escuridão.
        E agora, o que resta-me fazer? Intitular o meu conjunto de palavras que acabo de compor. Não intitularei com o medo, pois o medo já está em minha vida como em todas as vidas. O medo já me perseguiu o bastante e já me acostumei com a sua presença. A escuridão já está bem-vinda em minha vida, mas como um dia disse um certo poeta, só restarei aclamar aos que enxergam a arte na escuridão.

Ponto de Fuga

O medo da escuridão
O medo do frio
O medo do abandono
O medo da dor
O medo de tudo
O medo do nada

O pessimismo persegue
O medo se contenta
A vida apenas espera
A sua hora de se livrar do medo
A fuga, a fuga do medo
No aconchego do amor
Onde está o sentimento?

Para aonde foi o medo?
Onde está o coração que um dia foi ferido?
Pobre coração que ainda lamenta!
Dias a fio, noites em claro
Para aonde eu vou, ninguém sabe
Mas, o meu destino, quem sabe...!?

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Palavras

Necessito em escrever a minha alma
Mas, procuro a luz da inspiração
Aliás, onde está a poesia?
Aonde foi a poesia?
Facilmente as palavras correm sobre o papel
Porém, algumas delas são duras demais
Para serem faladas.
Duras palavras são engolidas, sufocadas.
Garganta ardente.
Todavia, falar pode ser fácil
Mas, viver é o que é difícil
Entraria os conselhos na poesia?
Conselhos?
Ouvir é fácil, mas cumprir nesta longa vida
Pode ser duramente difícil
O que nos resta é descrever a alma
Em um simples pedaço de papel.

domingo, 21 de agosto de 2011

O Ceifador

O ceifador passou em meu jardim
E levou a flor que és minha alma.
O anjo da morte impiedoso
Que apenas cumpre o seu dever
De nos acompanhar para as portas do mistério.


Reverência a sua foice.
A sua lâmina corta a minha fria alma
E leva para um destino incerto.
A lâmina que nunca se enferruja
Apesar das lágrimas que causa.

O ceifador passou em meu campo
Um campo que um dia foi florido
Mas, as flores secaram ao decorrer da peste.
Anjo do bem ou do mal?
Ninguém sabe responder.

Saberá Deus responder?
A morte sabe responder.
O ceifador é o misterioso empregado da morte
Que um dia me responderás
Quando encontrar a minha morte.
Eis o mistério.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Suicídio

O sangue esfria
O sangue queima
O tempo passou
E a minha vida simplesmente acabou.
A corda não arrebentou
Os cortes estavam abertos
O sangue espirrou
O ar se prendeu
Tudo se envenenou
E o sofrimento passou.
Por que eu passei por isso?
Por que eu?
Se é que a vida é boa,
Eu não tive o prazer de descobrir
A vida se tornou inimiga
E a morte amiga.
Por um segundo eu me indaguei
Se a minha existência pertubava a alheia.
Sem respostas, apenas o silêncio
O silêncio me enlouqueceu
O sofrimento me pertuba
A escuridão me engoliu
A depressão me corroeu
E a vida que antes me queria
Agora nem me desejas mais.
A vida me desejava
Agora, desistiu
Mas, ela nem se dava conta
Que eu simplesmente
Nunca existi para aqueles
Que um dia disseram me dar valor.
 

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Mais uma vez

Um sonho
Mais uma vez um sonho se desfez
Mais uma vez cai na face da escuridão
E da ilusão que se perpetua
Cada vez mais que eu conheço o amor

O amor
Mais uma vez me enganou
E só me fez perder novamente
Perder meus sonhos desfeitos
E a minha doce utopia

As lágrimas
Mais uma vez foram derramadas por ti
Mais sofrimento alheio eu causei
Mais dor e deseperança fui responsável
Não há mais nada do que uma tragédia

Não completarei mais palavras
Mas, eu nunca escondi a realidade em meus versos
Minhas palavras não foram engolidas
Apenas foram escritas com dor.
Mas, mais uma vez eu errei
E eu apenas amei...

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

O sonho

Andei tendo sonhos estranhos
Não utilizarei palavras difíceis para descrevê-los
Mas, não dispensarei as antíteses.
Tive sonhos frios e calorosos
Alegres e melancólicos
Ensolarados e chuvosos
Odiados e amorosos
Em geral, o classifiquei como um pesadelo.
Um pesadelo estranho e sombrio.
Enquanto eu flutuava levemente
Demônios arrancavam-se das sombras
A fim de buscar a minha alma.
Pobre alma! O que será dela?
Eu acordei. O sonho acabou.
Não poderei contar o final, pois nem eu saberei contar.
Poderei dizer que ando sonhando sonhos estranhos
Mas, dispensarei os pleonasmos.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Tempos

O que foi arruinado foi passado
Mas o passado vive-se no presente
Fazendo com que o meu futuro seja mais incerto
Como de qualquer um que uma cartomante pode prever.

As alegrias foram vividas,
Mas os sentimentos são ainda machucados
Por outros sentimentos de cuja função
É de sufocar a alegria do meu presente.

O meu presente causa a minha desistência
De continuar para sentir o futuro
Todo futuro é incerto, mas o meu eu creio que seja mais.
Eu tive passado, mas um passado corrido.

Vejo o meu presente como um filme
O qual já assistir diversas vezes,
Mas nunca consegui assistir o seu fim
Me indago então se eu terei fim

Fim eu terei, como uma boa mortal
Quando será? Nem Deus sabe!
Sabe Deus da minha existência?
Aqui estás a frase para a minha lápide:

"Aqui jaz alguém que nunca viveu!"

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Dor

As dores
As dores que sempre bateram em minha porta
E eu inocentemete não pude repudiar
Inocência?
Não! Fraqueza!
A fraqueza que carrego são correntes
Correntes da melancolia
A melancolia que corrego desde a minha gênesis
Que foram abrindo as feridas aos poucos
Até deixarem em carne viva
Gerando a dor maligna dos sentimentos.
Dor, tu não és culpada pelo meu sofrimento
Tu és a consequência da minha vida
Pois um dia quem sabe poderá dizer
Que é a dor a responsável pela a minha existência.
Simplesmente, a dor me mantêm viva.

domingo, 7 de agosto de 2011

Som do silêncio

A madrugada se aproxima
A madrugada me percegue
O frio chega, ninguém o recebe
Apenas o resta correr entre as minhas veias.
O sangue congela, o rosto se queima
Solitário, nenhum ruído
A escuridão, a minha doce amiga
A minha companheira
Que até mesmo de olhos fechados
Ela ainda estará comigo
Me perseguindo
Os sentidos, o que serão os sentidos?
Minha fala é dita, mas não pode ser ouvida
Estou aos ouvidos, mas não escuto
Só me resta guarda-me
Pelo som do silêncio.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Real

Sinto bloqueio em minhas palavras
Garganta sufocante
Rasgando meus pensamentos em pedaços inúteis
Gostaria que soubesse ler pensamentos
Seria menos doloroso para mim

Quero amar apenas pelos pensamentos
Pois, temo de sofrimentos e arrependimentos
Tento acreditar que o amor não é real
Mas quanto mais me indago,
Mais real ele se torna

Mesmo sendo palavras que nunca são ditas
Sendo uma canção que nunca é cantada
Não queria que a minha negritude tomasse conta de mim
Mesmo o amor sendo um mito
Necessito em torná-lo real
Para qual motivo?
Não há motivo.

Simplesmente,
Eu não sei o que dizer
Eu não sei o que fazer
Quando o amor bate em minha porta
As pancadas se tornam em tormentos
Que acabam me forçando a admitir
Que o amor é realmente real!

O Sujeito

              Ele saiu andando sem saber aonde iria. Sua mente estava pertubada, logo a sua visão sobre o mundo tornou-se fria e obscura. O nome do sujeito não era importante, mas a sua importância estava em seu destino que era seguido firmemente.
             O homem parou. Avistou um recém-nascido aos braços de uma jovem mulher,supostamente poderia ser a mãe. Foi apenas uma rápida observação, mas de profunda reflexão. Ele nunca conseguia se lembrar os seus primeiros dias de vida, mesmo sendo normal para qualquer humano tal amnésia, ele não se sentia confortado.
             Sua reflexão foi quebrada e, logo voltou a caminhar.
             Durante o passeio, passou em frente de diversos jardins, mas um deles o chamou mais a atenção, no qual estava um casal de crianças desfrutando da doce e ligeira infância. O menino pendurava-se em uma árvore enquanto a menina com uma boneca em seu colo observava o companheiro em sua escalada que não parecia possuir nenhum propósito.
             O grau de parentesco não o importava, mas só se importava em observar aquela serena cena, a qual parecia ser desligada da vida.
             Novamente voltou a caminhar, mas de repente parou e sentou-se em um banco em frente a um lago, e não conseguia mais refletir sobre o que vira em sua caminhada, por mais que se esforçasse.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

O aviso marciano

Certa vez, um marciano me disse
Que minha visão de vida fica trágica ao extremo.
Não foi dito. Foi dito um aviso.
Mas, como poderei atender ao aviso
Se minha realidade é repleta de pessimismo?

Novamente, o pessimismo em minha obra.
Eu não sou uma poetisa fingidora.
Eu sou uma poetisa realista.
Mesmo frequentando peças teatrais,
Não tive a honra de aprender a cobrir a realidade.

Minha atenção se despertou.
Até mesmo um marciano encabulou-se
Pelo meu pessimismo de vida
E mandou-me um aviso, alertando sobre a arte.
Mal sabe ele a minha vida terrena,
Onde o meu otimismo se perdeu pelo espaço da solidão.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Rastros desiludidos

O amor esqueceu-se de mim.
Me iludiu e foi-se embora
Deixando para trás os seus rastros
Os rastros de desilução.

Amei, amo e continuo amando
Dei a minha vida, meu sangue, minha alma
Mas, nada o contentou
E geral uma certa teimosia

Teimosia de correr atrás
Mesmo sabendo que nada adiantará
A teimosia da humilhação própria
Rastejando pelo chão a procura de cura

Cura. Cura para as cicatrizes.
As cicatrizes são os rastros da desilução
Causada pelo amor que um dia se esqueceu de mim
Me iludiu e foi-se embora.

Medo

Medo, o que move as ações é o medo
O medo de perder, o medo de fracassar
O medo do vazio e da escuridão
Mas, o maior medo é se perder de quem ama.

Gostaria de sentir o otimismo
Mas, sou vencida pela realidade.
Não gostaria de ser racional,
Assim como o amor é.

O medo, o medo causa lágrimas
Loucuras, tremores, aflição
Sempre estou acostumada a perder
Porém, gostaria de saber ganhar.

Ganhar? O que eu desejarias ganhar?
Ganhar a confiança e o amor
O meu maior medo é perder o amor
O amor que um dia eu aprendi a sentir.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

A fuga da realidade

Estou aberta à loucura
Ao frio e à escuridão,
E até mesmo à solidão.
Arrisco por qualquer coisa
Só para me afastar da dor
E do sofrimento.

A loucura me distanciará da realidade,
Me cegará, ocultará todos os meus sentidos.
O frio poderá me trazer um objetivo de vida:
Procurar uma chama para me aquecer nos rígidos
Invernos da solidão.
A escuridão também irá o ocupar o meu sentido da visão,
Apenas enxergarei o vazio e o escuro.
A solidão irá me fazer viver apenas com ela e mais ninguém,
Assim nenhum Deus ou ser poderá abrir
As cicatrizes do meu coração gélido.

Egoísta da minha parte?
Nem os suicídas são tão egoístas,
Queremos apenas um alívio do sofrimento
Sofrimento sem razão,
Que nos leva á fuga da realidade.

terça-feira, 19 de julho de 2011

O Adeus

A espera de um sinal de tempo
Tempo, eu confio minhas esperanças em tu
Eu simplesmente perdi a minha vida
Na profunda escuridão das profundezas do amor
Mas, eu esqueci de morrer.
A consciência bate em minha porta
Eu estou triste, amanhã poderei estar mais
Digerir palavras duras demais só para te poupar
Poupar do sofrimento e da ira
Eu sofri por você,
Eu chorei por você,
Eu sangrei por você,
Mas tudo foi em vão.
Não negarei que eu preciso de você
Sinto-me longe do inferno, distante de você
Foi um certo alguém que se foi
Mas, nunca me disse adeus.
Uma última palavra, uma última lágrima
Eu já estarei distante demais.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Destino perdido

Por que eu sempre pago pelos mesmo pecados, meu Deus?
Por que eu sempre erro?
É nestas horas que eu gostaria de ver Deus
Eu acreditei, eu confiei no destino
Mas ele não me respondeu.

Eu não só perdi a batalha,
Mas também perdi a guerra.
Meu destino é perder, fracassar,
errar e para que depois simplesmente morrer?
Eu só queria não acreditar nisto...

Nem um último adeus eu recebi,
Nem mesmo uma última palavra.
Novamente eu irei cair
no abismo do abandono e da solidão.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Decepção

Aquela sensação de que tudo está perdido.
Aquele sufoco que não deixa os pensamentos
Sairem livres pelos gestos e ações.
Aquela agonia de que a morte é a única solução.

Eu queria chorar, mas as lágrimas não saem.
Queria pelo menos senti-las escorrendo
Pela minha face como forma de alívio
Ao duro sofrimento sentido.

Aquela decepção de quando não consegue
Alcançar o desejo almejado,
O desejo de sentir em seus braços o amor
Todos dias perante a eternidade.

Sinto culpa, decepção e fracasso.
A pior decepção que pode-se sentir
É a decepção de si mesmo
Que causa a decepção na pessoa amada
E almejada.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Esquecimento Perdido

Não sei onde eu deixei a timidez
Que um dia desenhava o meu caráter.
Não sei por onde eu fui
Que eu acabei esquecendo o medo
Que me assombrava pelos vales da vida.

Perdi. Perdi muitas coisas aliás.
Pessoas, objetos, sentimentos, valores...
Senti falta. Hoje não sinto mais.
O vento me levou em direção da vida
De uma vida nova.

Desejei perder as lembranças,
Mas foi mais fácil perder o esquecimento.
Esquecimento perdido? Onde estará agora?
Não onde perdi as dores das lembranças
Que me ensinaram a viver um dia...

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Decifrar o impossível

Meus olhos já ardem pelo sal deixado
Pelas lágrimas derramadas que deixei
Cair em valor de ti.
Só queria que minhas lágrimas tivessem
Um valor. Não capital,
Mas sim de consideração e ternura.
Amor? eu tentei, eu tento e tentarei descobrir
O mistério deste sentimento, desta dor
Que causa felicidade e sofrimento ao mesmo tempo.
Tempo? Não há cronologia para quem ama,
Para quem sofre de amor.
Sofrer de amor. Doença Maligna!
Ataca seus pensamentos, e logo
os outros sentimentos que são sufocados pelo silêncio.
Cura? Terá que conviver com as felicidades e dores.
Meus olhos já não ardem mais pelo sal deixado
Pelas lágrimas que deixei cair
Em amor por ti...

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Perdição Iludida

Eu me perdi na loucura
Na obsessão e na perdição
Quem me deras poder revidar
a mim mesma!
Eu te transformei em um objeto,
Em um objeto amado,
Ou será sagrado?
Eu comecei a desenhar as minhas sombras
Eu me iludi pela minha sombra,
Pela minha utopia.
Eu comecei a ver Deus,
Eu comecei a culpar Deus!
Culpar pela minha existência?
Ñão, mas sim pela minha sina,
Pelos meus próprios pecados ...

terça-feira, 10 de maio de 2011

Complemento

A perdição perdeu-se em seu caminho
A escuridão não alcançou a luz
A esperança não cobriu o pessimismo
A vida não cumpriu a sua sina...

A morte passou em seu jardim
Não se veem as flores que um dia
Fez descobrir a felicidade de viver
A morte tomou o seu lugar...

O descobrimento espera a descoberta
Assim como os iludidos esperam a salvação,
E os platônicos esperam o amor
Como forma de ser seu complemento.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Agonia

Por favor, me liberte!
Liberte-me das correntes
Que carrego como pena ao sofrimento.
Resgate-me da escuridão!
A minha velha herança de minha infância!
Acredite, sinta o meu amor!
O que adianta amar e ser amada
Mas em compensação não recebes
Confiança em troca?
Acorde-me do pesadelo!
Ouça-me agonizando perante ao seu amor!
Cicatrize as minhas feridas!
Respire o meu o ar, e acredite!
De todos os seres e coisas que habitam
Este gélido e obscuro universo,
Só você pode me resgatar desta agonia!

Dor de Amor

Me lembro perfeitamente
Como se fosse ontem
O dia em que engasgava-me
Entre os soluços do abandono.

Chegou mais perto, e ouvi uma voz:
"-Não chores, é dor de amor!"
Voz velha e sábia.
Sofrida?Quem sabe?

O que seria esta dor de amor?
Meu sofrimento?Minha agonia?
Seria uma dor mais feroz
Do que uma dor de uma ferida na carne

Só sei que a frase egnimática
Me serviu de liberdade perante as correntes
E ontem parece que nem existiu mais...

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Escuro

A vida está desaparecendo
Diante da escuridão que se aproxima                                          
Escavando a mesma cova todos os dias
Me perco dentro da minha própria escuridão.

Eu criei meu destino, criei minha escuridão
As trevas está me encorbertando
Está me levando ao fim para me libertar
Não há nada a oferecer...

Tento acordar, mas não reajo
Penso que já é tarde demais para me salvar
Eu fui o que eu era mesmo
Não consigo mais pensar
A morte tomou o meu lugar...

terça-feira, 26 de abril de 2011

Sentido

Me arrisco em uma jornada sem sentido
Que é nada mais do que esta vida
Que vivo cegamente
Em perigos, ilusões, paixões e felicitações...            

Afinal, qual é o sentido de viver sem objetivo?
Objetivo? A razão de viver!
Seja ela por álguem, ou até mesmo por uma utopia.
Uma doce ilusão...
Mas ao menos terá um motivo de continuar respirando.

Ás vezes sinto minhas mãos gélidas,
E me pergunto se eu já morri.
Eu apenas esqueci de morrer?
E meus sonhos? Foram todos em vãos?

Nada é em vão se houver sofrimento.
Não há felicidade sem antes haver sofrimento.
A vida é como um parto!
Sente-se primeiro a dor, o sofrimento,
Logo é recompensado pela felicidade de uma luz!

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Maldição da Derrota

Lutastes pelos seus ideais até o seu último suspiro                                
Até restar um último homem, um soldado em vão     
Mas de nada servirá se fugistes na hora da derrota.
O medo é o melhor amigo da tirania.
O medo está apenas nos olhares dos outros.
Os outros? 
Os outros são apenas poeira ao vento
Em um piscar de olhos, eles já se foram
Para onde? 
Enterrar o seus modelos ideais.
O que fazer depois que os heróis se foram?
Enterrar os mortos e reerguer supermercados?
Não há nada fazer... a não ser encarar a derrota
Caso queiras,
Não tenhas medo, sua derrota estará oculta
Nas profundezas de teu coração,
Te culpando cada vez mais pelo sangue ordinário em suas mãos
E será uma maldição para os restos dos segundos
Que te restam! 

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Aprendiz

Seguindo a sombra que me persegue
Descobri a vida fúnebre que seguia.
Aprendi severos ensinamentos.
Digamos alguns.
Não temo mais em dizer
Palavras que devem ser ditas
Mas o sistema nos corrompe!

A solidão era a minha velha e boa amiga,
Mas tinha a incerta esperança
De que uma certa companhia estava a minha espera.
Não temo mais em fazer
Atos que devem ser feitos,
Mas as mentes alienadas me corrompe!

Aprendi que a morte não é uma saída,
É uma fuga da realidade.
Indago, quem poderá afirmar que determinado
sofrimento não nos acompanhará para as outras vidas?
Ouça seus choros, e entenderá a sua sina!


quinta-feira, 21 de abril de 2011

Resgate da Alma

Sinto a singularidade da minha alma                                              
Alma que sinto ser distante
Fria e obscura
Procurando aconchego nas profundezas
De uma salvação.
Salvação? Quem dirás ser a salvação?

A salvação. Onde está a salvação?
Poderia estar no amor? Na alegria ou na tristeza?
Na vida ou na morte?
Lembrei-me! A morte é como uma fuga,
Uma solução, esta deverá ser a razão suicida.

Não cantaremos o suicídio. Ato covarde!
Encare o sofrimento como um ser!
Ser que mesmo não possuindo sua alma,
Sua essência,procura alguém que possa
Resgatar a sua alma das profundezas
De um gélido coração.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Vazio

Sinto-me mal e depressiva                                                  
Quando sinto o vazio deixado por dentro.
Não há doença que haja cura,
Mas só resta-me guardar pelo silêncio.
Ainda ouço seus pensamentos a noite,
Sua chegada e sua partida
Ainda sinto o aperto nas fendas do coração
Quando observava melancolicamente sua partida.
O aperto, não grandes coisas,
Era apenas passageiro.
Até que um dia o aperto tornou-se eterno.
Quando presenciei sua partida
Para até nunca mais, eu acho.
Maldita seja a depressão que nos corrompe!

segunda-feira, 18 de abril de 2011

O canto dos iludidos

O ódio, aonde está o ódio?                                          
É difícil odiar profundamente uma pessoa.
Quanto mais odeia, mais se ama!
O ódio é apenas uma cegueira do amor.
E o amor?
Não se pergunte.
Nem o mestre da psicanálise
Obteve a capacidade de interpretar
Tal maligno ou benigno sentimento.

O amor é uma certa arma,
que quando bem usada
Causa uma profunda ferida
nos corações dos falsos apaixonados.
Enquanto houver cicatriz,
sempre haverá a cicatriz,
nunca deixará de amar!

Agradecimentos a uma grande escritora

Crio este post a fim de agradecer muito a minha querida escritora Simone Sales, que me ajudou a me incentivar fortemente a seguir esta caminhada como escritora.
Além de uma grande escritora também a considero como uma mãe para mim, devido ao seu carinho e influência que venho recebendo desta grande mulher!
Simone, desejo-lhe tudo de bom, além de te agrader, também parabenizo pela seu sucesso e pela grande pessoa que você é!
Obrigada!

Confira: http://www.recantodasletras.com.br/autor_textos.php?id=68953

quinta-feira, 14 de abril de 2011

A lágrima do Oceano

Vasto, grande,
Devasto Oceano!
Pelos meus olhos melancólicos
Observo sua grandeza e poder!
Vasto oceano que um dia levaste uma lágrima                      
Lágrima que um dia pertencera a alguém
Alguém sofrido? Alguém alegre?
Sob os olhares de quem poderá responder?
Lágrima, salgada lágrima!
Amaldiçoa o doce mar!
Afirmo e não temo a dizer que a lágrima
É de tristeza, pois veio do profundo vazio
Da saudade de um cavado coração amado.
Despedida?Desencontro?
Sob os olhares de quem poderá responder?
Lágrima, misteriosa lágrima!
Procuro seu paradeiro nesta grandeza,
Sob os olhares de quem poderá responder?
Uma lágrima amada perdida em um poderio
Vasto, grande,
Devasto oceano...


Navalha Nacional

Das trevas nasce o orgulho
Seu poder é o fanatismo desenfreado
É a foice que a morte carrega enquanto te cerca
Caso seja covarde da morte não diga palavras
Irás conhecer o sofrimento indolor

Ruas sangrentas na idade moderna
A guilhotina é batizada pelo sangue dos soldados reais
O machado perdeu seu lugar a ela
Enquanto se enferruja na chuva da morte
A rainha satisfaz dos prazeres
Seu lenço branco no meio da poça sangrenta
Cabelos grisalhos mostram sua melancolia.

A guilhotina quer beber o sangue do rei
Sedenta por sangue
A morte é indolor enquanto o sangue espirra
Revolução não é nada nesse mundo
A república nasce do Sangue
Salve a navalha nacional!

quarta-feira, 13 de abril de 2011

O Canto das vítimas

O amor é um certo tipo de dor                 
Que finge ser sentimento
Enganando os tolos apaixonados                          
Culpa-se a paixão!

Meu defeito é a minha qualidade,
Apego facilmente ao amor
Sou vulnerável? Sou ferida?
Sou uma vítima!

O amor é sem razão
Sem ciência ou religião,
Assim como os suícidas se matam
sem razão...

terça-feira, 12 de abril de 2011

Sombra

Vejo a última pétala
Da última flor
A cair em meus pensamentos
Imagino se poderá ser o fim
Ou poderá ser o inicio                                                 
Procuro a companhia,
Mas a companhia não me quer
Procuro a luz no fim do túnel
Mas não vejo a escuridão
A sombra, a própria sombra me ignora.
Sombra que já me perseguiu na escuridão
Eu, apenas eu e minha sombra.
Sombra fria e obscura
Será eu nela refletido?
Ou será mais uma de minhas ilusões melancólicas?
Sombra que também procura luz
Luz?Luz para enganar a felicidade?
Luz quero escrever versos com sentidos novamente.
Para descrever o que observei
A última flor a desabrochar

Dedicatória a uma certa lembrança

Lembro-me como se fosse ontem o dia que um dos meus simples poemas foi parar em uma prova de português. Melhor eu contar os fatos de maneira linear.
Estava no 2º ano do Ensino Médio, na época tinha ainda 15 anos, e era época das provas finais do trimestre, aliás foi no último trimestre que tal fato ocorreu.
Como sempre, durante a viagem de ônibus para a escola sempre vinha ao meu lado uma de minhas melhores amigas que faço questão de relatar o nome, a Carol, a qual estava no 3º ano do Ensino Médio na época.
Como de costume, eu gostava de mostrar minhas composições para os meus amigos e colegas, apesar de que alguns acharem minhas criações meio macabras. Então, em um certo dia mostrei a minha amiga Carol o meu poema "Sombra", e também mostrei a minha outra grande amiga que tenho a obrigação de também mencionar o nome, a Isabella Barcelos, que estudava junto com a Carol.
Bem, passaram alguns dias. Era véspera da última prova de português do trimestre, e a Carol juntamente com a Isabella começaram a me dizer que eu teria uma "surpresinha" na prova. Confesso que não fazia a menor ideia do que seria.
Será um grande absurdo não relatar sobre a professora Anna Regina, a minha professora de português e literatura durante o ensino médio, uma grande professora que devo a ela inúmeros agradecimentos pela minha conquista.
Em fim, chegou o dia da prova. Todos os meus colegas já tinham recebido a prova, exceto eu. Achei normal. Mas, de repente começo ouvir o meu nome sendo pronunciado pelos demais colegas. Olhei para um deles, e ele me perguntou: "-Gisela Cardoso é você? Tem um texto seu aqui na prova!" . Eu fiquei pasma, não fazia ideia do que era, porém imaginei que fosse algum texto da aula de redação, mas não. De repente a professora que estava aplicando a prova finalmente me entregou e só me disse "Parabéns!", quando observei era o meu poema, "Sombra", que tinha mostrado as minhas amigas. Confesso que levei um enorme susto, mas minha alegria foi enorme. Esta era a "surpresinha" que me disseram que teria na prova.
Concluindo, gostaria de agradecer muito as minhas amigas, Carol e Isabella, e claro todos os outros meus amigos que me apoiaram, e logicamente também agradeço à professora Anna Regina, não só por ter colacado meu poema em uma simples prova, mas por ter reconhecido e valorizado a minha criação, e ter me passado seus conhecimentos que levarei pelo resto de minha vida, e isto certamente me incentivou muito a continuar colocando meus sentimentos no papel, e seguir minha caminhada como escritora.
Obrigada!